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Cenário para carne bovina pode melhorar ainda mais no 4º tri, diz Marfrig

A Marfrig Global Foods espera que o cenário para a carne bovina no quarto trimestre e em 2020 possa ser ainda mais positivo para a companhia, diante das novas habilitações de plantas para exportar para a China e o impacto que a demanda do país asiático tem tido nos preços da carne.
A Marfrig informou na segunda-feira (11) que teve um lucro de R$ 100,4 milhões no terceiro trimestre, com receita líquida e EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) recordes, impulsionada por forte demanda doméstica nos Estados Unidos e exportações para a China a partir das operações na América do Sul.
“O quarto trimestre deve ser um trimestre igualmente fantástico”, disse o presidente executivo da Marfrig, Eduardo Miron, em teleconferência com analistas na terça-feira (12).
O presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina, disse esperar que o quarto trimestre seja “tão bom quanto ou até melhor” que o terceiro trimestre, com possível distribuição de dividendos aos acionistas em 2020.
As operações da companhia nos EUA, que representam 70% da receita total do grupo, tiveram um terceiro trimestre “espetacular” e os resultados devem permanecer fortes, segundo Miron.
Molina acrescentou que a recente aprovação para que o Canadá possa exportar carnes para a China pode ter efeitos positivos nos preços do produto no mercado doméstico norte-americano, já que o Canadá também produz carne para os EUA. Um eventual acordo de comércio entre EUA e China poderia alavancar ainda mais o negócio da Marfrig na América do Norte, segundo ele.
No Brasil, a empresa começa a sentir plenamente no quarto trimestre o impacto positivo das habilitações anunciadas pela China em setembro para suas plantas em Tangará da Serra e Várzea Grande, e das aprovações das unidades de Pontes e Lacerda (MT) e São Gabriel (RS) comunicadas na terça-feira (12).
Miron disse que as duas plantas habilitadas mais recentemente permitirão à empresa elevar sua capacidade de exportação de carne bovina para a China a partir do Brasil em quase 20%. A empresa passa a ter 13 unidades com permissão para exportar para o país asiático, sendo sete no Brasil, quatro no Uruguai e duas na Argentina.
O aumento das exportações para a China tende a elevar preços no mercado interno brasileiro, o que também favorece as margens da Marfrig.
A processadora de carne bovina mantém suas metas para resultados em 2019 divulgadas no início do ano, de receita líquida consolidada entre R$ 47 bilhões e R$ 49 bilhões, margem EBITDA entre 8,7% e 9,5%, e fluxo de caixa livre entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão.
O diretor financeiro da Marfrig, Marco Spada, disse que a margem EBITDA pode ficar próxima do teto da projeção divulgada no início do ano, que a receita irá “sem dúvida nenhuma” ultrapassar o piso da faixa de projeções, mas que o fluxo de caixa não deverá alcançar o teto projetado.
Fonte: CarneTec