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Campanha exige maior transparência sobre confinamento de galinhas

Campanha exige maior transparência sobre confinamento de galinhas
14/Junho/2024
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Banir o uso de gaiolas na criação de galinhas pela indústria de ovos é uma demanda crescente do público consumidor


ONG Mercy For Animals alerta para risco de compromissos de empresas do setor não serem cumpridos

A Mercy For Animals (MFA), organização sem fins lucrativos, relança, no dia 28 de maio, a campanha “Compromisso é Coisa Séria” para incentivar empresas do setor alimentício e do varejo a comunicarem o progresso de seus compromissos de eliminar o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos.

A campanha reforça a importância das companhias que já anunciaram compromissos com o banimento das gaiolas informarem o público sobre o andamento do processo de transição. De acordo com a MFA, entre as empresas que não estão divulgando seus avanços estão Liv Up, Grupo Pandurata (Bauducco), Cepêra, Wickbold, Grupo Lala (Vigor), Cencosud, Grupo São Vicente, Veran e Empório Varanda.

Banir o uso de gaiolas na criação de galinhas pela indústria de ovos é uma demanda crescente do público consumidor. Uma pesquisa da IPSOS no Brasil revelou que 71% das pessoas entrevistadas consideram inaceitável a venda ou utilização de ovos de galinhas confinadas em gaiolas em supermercados e restaurantes.

Priscila Demarch, diretora de Campanhas da MFA, acredita que muitas empresas anunciaram compromissos em resposta aos pedidos do público consumidor. "Divulgar os avanços demonstra mais responsabilidade corporativa e transparência com o público. Agir de maneira desalinhada ao que foi comunicado publicamente pode até mesmo caracterizar 'welfare washing' acarretando uma quebra de confiança do mercado", afirma Priscila Demarch.

O termo 'welfare washing' é usado para definir ações de corporações que adotam discurso de reponsabilidade em bem-estar animal, mas que na prática desrespeitam os critérios que envolvem este conceito.

Monitor das iniciativas

A MFA desenvolveu um índice para analisar as empresas de hotelaria e alimentos mais influentes da América Latina quanto ao seus posicionamentos e avanços na eliminação do confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos. Trata-se do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA)

“Embora a MFA trabalhe para impulsionar melhorias em todas as cadeias de produção especificamente no monitoramento das iniciativas corporativas o enfoque principal tem sido da cadeia da produção de ovos, porque são os animais que sofrem de forma extrema”, avalia Cristina Mendonça, diretora executiva da MFA.

Aves confinadas

O IBGE estima que existam mais de 175 milhões de galinhas poedeiras no Brasil. Entre os animais criados para o consumo, elas estão entre as que mais sofrem: sem sequer poder andar ou respirar ar puro, há estresse crônico decorrente da alta densidade de animais confinados em gaiolas e das condições de higiene precárias que podem enfraquecer seu sistema imunológico.

Além da preocupação com o sofrimento das milhões de aves, essa prática pode oferecer grandes riscos à saúde humana. "Por conta das precárias condições de vida no confinamento em gaiolas, a indústria faz uso intensivo de antibióticos, o que cria condições propícias para a propagação de patógenos, como a salmonella e a gripe aviária, que podem infectar humanos e representam uma ameaça à saúde pública", finaliza Priscila Demarch.

O confinamento de galinhas em gaiolas vem sendo proibido em diversas regiões do mundo. Ao todo, mais de 2500 empresas do setor de alimentos anunciaram compromissos sobre o tema. No Brasil, quase 200 empresas anunciaram políticas para banir o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos, seguindo a tendência mundial.

No site da campanha é possível acessar a lista das empresas que ainda mantêm compromissos públicos sobre o tema, daquelas que estão com prazo final dos compromissos se encerrando e das que nunca divulgaram a porcentagem atual do avanço desses compromissos. A campanha contará com anúncios online, vídeos e divulgação nas redes sociais para conscientização e engajamento do público.

Fonte: Globo Rural

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