Duas gigantes do agronegócio - Marfrig e ADM - acabam de anunciar uma parceria para entrar no (gigante) mercado de proteínas vegetais, segmento que tem crescido forte e rapidamente em todo o mundo. O frigorífico brasileiro, um dos maiores do mundo, ficará responsável pela produção, distribuição e comercialização dos produtos no varejo. A ADM, por sua vez, fornecerá a principal matéria-prima usada no processo. Segundo o comunicado divulgado pelas empresas, o objetivo é colocar a primeira linha de hambúrguer vegetal no mercado ainda este ano no Brasil. As fabricantes também pretendem exportar o produto.
O hambúrguer terá sabor e textura similares aos da carne. “Queremos dar ao consumidor o poder da escolha. É ele quem decide", diz Eduardo Miron, CEO da Marfrig Global Foods.
As primeiras unidades serão produzidas na planta do Marfrig em Várzea Grande (MT) - o Estado é o maior produtor brasileiro de carne bovina. “Na primeira fase do lançamento, os produtos serão fornecidos ao canal food service. Em seguida, o hambúrguer vegetal começará a ser distribuído para o canal varejo”, diz o comunicado. Os produtos à base de vegetais serão comercializados com uma marca específica ainda em definição. O Marfrig é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo, atrás somente da JBS, com uma receita líquida de R$ 41,4 bilhões e capacidade de produção de 232 mil toneladas de hambúrgueres por ano.
Futuro promissor
A estreia das duas companhias no mercado de hambúrgueres vegetais ocorre no momento em que o segmento ganha escala em todo o mundo. Um estudo recente realizado pelo banco britânico Barclays, o mercado de proteínas alternativas, à base de vegetais, pode roubar 10% do mercado mundial de carnes dentro de uma década. Ou seja, até 2029, o segmento pode atingir a marca de US$ 140 bilhões. Nos últimos três anos, este mercado cresceu 42% e movimentou US$ 888 milhões, segundo a Nielsen. Em relação aos investimento no segmento, somente entre 2017 e 2018, foram US$ 13 bilhões em todo o mundo.
Fonte: Revista Globo Rural
Foto: Ana Elisa Sindrin/Embrapa