Notícias

Startups catarinenses estão revolucionando o agronegócio

Startups catarinenses estão revolucionando o agronegócio
28/Novembro/2019
Compartilhar:

O agronegócio tem importante relevância no Produto Interno Bruto brasileiro e é responsável, por cerca de 24% do PIB do país, segundo o levantamentorealizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Ceapa) daUniversidade de São Paulo.

Para manter esse cenário, nos últimos anos o setor tem investido em tecnologia e aposta nas agrotechs para avançar nessa representatividade da riqueza nacional. O termo é utilizado para definir startups que apresentam soluções disruptivas para o setor agrícola, otimizando as produções e facilitando a vida do trabalhador rural.

Já são quase 200 startups, segundo o estudo da Associação Brasileira deStartups, desenvolvendo especificamente ferramentas voltadas à agricultura de precisão, com aplicativos que geram inteligência a partir de coletas de dados, soluções de rastreamento, automação de maquinários e plataformas de monitoramento. O Sul do país concentra 29% delas, sendo 10% catarinenses. Entre elas, a Granter tem encontrado oportunidades para desenvolver soluções para toda a cadeia do agronegócio.

A startup está desde 2008 atuando com o setor, quando foi provocada pelo InstitutoCatarinense de Sanidade Animal, o Icasa, a programar uma solução para facilitar o cadastro da Guia de Trânsito Animal (GTA), documento obrigatório para a transferência de animais entre propriedades. O aplicativo permite que o produtor emita a guia online sem precisar ir a um posto do Cidasc, diminuindo a burocracia do processo.

— Em 2010 decidimos atuar diretamente com a agroindústria, com o pilar de gestão do agronegócio catarinense. O mercado precisava atender a regulamentação europeia de rastreabilidade dos suínos, visando abrir o mercado, e com a nossa tecnologia foi possível adequar esse processo — comenta Clóvis Rossi, empresário e CEO da Granter.

Pouco tempo depois, o empresário percebeu a necessidade de atender demandas dos produtores rurais também, que relatavam a dificuldade em gerir a compra de insumos. Foi quando a Granter incluiu o terceiro pilar no projeto.

— O aplicativo, que agora atende todas as pontas da produção, permite a troca de dados e controle de todo trabalho rural — afirma Clóvis.

Também com foco na suinocultura, a Agriness se tornou referência em ferramentas de gestão da produção. Fundada em Florianópolis há quase 20 anos, a empresa foi uma das primeiras a apostar no setor e otimizar o trabalho no campo.

— Queríamos levar a granja para dentro do computador. Refletir a realidade em uma ferramenta de gestão. Então criamos um sistema bastante visual e simples, para facilitar na adaptação do produtor — explica Cristina Bittencourt, sócia diretora Agriness.

Além de atuar diretamente com a gestão da produção, a startup também se preocupa com a educação e capacitação desses trabalhadores.

— Nós criamos o referencial "Melhores da Suinocultura", dando ao produtor medidas de comparação para que ele entendesse melhor seus números e onde melhorar na produtividade; abrimos espaços de debate e eventos sobre a suinocultura, para gerar a discussão e fomentar novas ideias do mercado. Já lançamos um livro e oferecemos cursos e consultorias sobre gestão e produção na suinocultura — destaca.

A empresa atualmente está expandindo com uma plataforma multiespécie, gerenciando também a produção de frango e leite e conquistando o mercado internacional.

Referência internacional

Assim como a Agriness, outras iniciativas catarinenses vêm conquistando o mercado internacional e chamando atenção de gigantes do setor. A Hexagon, líder no mercado de sensores e softwares, investiu em Santa Catarina e comprou uma startup local, criando a vertical Hexagon Agriculture.

— Foi um esforço constante de entender o produtor rural e ganhar a confiança dele. Deu certo. Nosso trabalho, acredito, ajudou a abrir portas para outras empresas perceberem a demanda no agronegócio — explica o diretor técnico da Hexagon Agriculture, Adriano Naspolin.

A empresa emprega hoje 20 mil pessoas em 50 países e fatura em média € 3,8 bi (algo em torno de R$ 17 bi).

Segundo a diretora da Vertical de Agronegócio da ACATE, Juliane Mendes Lemos Blainski, as startups que estão despontando desenvolvem soluções no corte, na gestão da avicultura e da suinocultura.

Além de comandar a vertical, que atualmente conta com 14 empresas focadas no setor, Juliane também fundou uma agrotech. A startup disponibiliza uma plataforma onde o produtor contrata assessoria de técnicas e princípios sustentáveis, indo ao encontro das tendências observadas no agronegócio moderno.

— Vejo hoje uma preocupação muito forte no agro de rever impactos ambientais, ou seja, pensar na produção de forma sustentável. Com muito foco no pequeno agricultor, no sentido de impactar positivamente, tanto financeiramente como até no âmbito social desse grupo — comenta.

O agronegócio de Santa Catarina acompanha essas tendências, recebendo apoio e incentivo de iniciativas públicas e privadas.

Fonte: NSC Total

Foto: Angélica Luersen/NSC

Termos de Uso e Aviso de Cookies

Cookies: a Mercoagro salva estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação, obtenha mais informações em nossa Política de Privacidade


Realização:

ACIC Chapecó

Comercialização:

Enterprise

Parceira:

Prefeitura de Chapecó