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Pecuária de corte caminha para recorde em 2025 com virada no mercado em 2026
Tecnologia, confinamento e demanda externa sustentam abates e exportações enquanto a próxima safra deve ter menor oferta e preços mais firmes.
A pecuária de corte deve fechar 2025 com novos recordes de abates e exportações, segundo análise da Consultoria Agro Itaú BBA. O resultado vem mesmo após a virada nos preços do bezerro, que apertou a margem da cria desde o ano passado. Para 2026, a expectativa é de um cenário um pouco diferente: menos fêmeas indo para o abate e um volume ligeiramente menor de animais terminados em comparação a 2025.
De acordo com a Consultoria Agro Itaú BBA , a evolução tecnológica da pecuária tem prolongado a fase de maior oferta de fêmeas no mercado, movimento que antes se acreditava que perderia força ainda em 2025. O custo da ração mais baixo em relação ao boi gordo e a boa rentabilidade dos confinamentos também estimularam muitos produtores a engordar as fêmeas, e não segurá-las no rebanho, aproveitando a janela favorável. Do outro lado, as exportações seguiram firmes e absorveram essa oferta maior, colaborando para manter os preços equilibrados.
Mesmo assim, ao longo de 2025, a relação de troca continuou desfavorável para quem termina o boi. O preço do boi gordo ficou para trás em relação ao bezerro, pressionando a margem desse elo da cadeia. Caso as previsões se confirmem e a oferta de gado realmente comece a cair em 2026, a menor disponibilidade de animais deve puxar os preços do boi gordo para cima.
Do lado da cria, a tendência é de valorização contínua. Após anos de descarte elevado de fêmeas, a taxa de nascimentos caiu, e a oferta mais curta tende a sustentar preços mais altos. Já o boi gordo dependerá não apenas de uma queda real nos abates, mas também da manutenção do apetite internacional pela carne brasileira.
E esse fator externo deve seguir favorável. Os principais concorrentes do Brasil, como Estados Unidos, Austrália e Argentina, vivem um momento de menor oferta de gado para abate, abrindo espaço para o produto brasileiro. Com menos carne disponível no mercado global, os preços internacionais tendem a continuar em trajetória de alta, reforçando o bom momento das exportações.
Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA
Foto: CANVA PRO