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Tyson Foods adquire 40% do grupo gaúcho Vibra

Tyson Foods adquire 40% do grupo gaúcho Vibra
02/Setembro/2019
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A Tyson Foods, maior companhia de carnes dos EUA, adquiriu 40% do grupo brasileiro Vibra, que produz e exporta produtos avícolas com as marcas Nat e Avia. Os termos e valores do negócio não foram divulgados, mas a expectativa é que ele seja concluído este ano, depois de aprovado pelo Conselho Administrativo de Atividade Econômica (Cade).

"Esse investimento nos permitirá acessar o suprimento de aves no Brasil para atender às crescentes necessidades dos clientes do país e dos mercados na Ásia, Europa e Oriente Médio", afirmou Donnie King, presidente da Tyson Foods, em comunicado. No passado, a gigante americana manteve operações nesse segmento no Brasil, mas vendeu sua área de produção em 2014 para a JBS. Desde então, atua no país apenas com seu braço de genética avícola, a Cobb-Vantress.
"Faz parte da nossa estratégia desenvolver uma cadeia de suprimentos mais flexível e mitigar a volatilidade do nosso modelo anterior, que se baseava principalmente nas exportações dos EUA", disse King. Desde o ano passado, a Tyson vem expandindo sua presença global. Comprou, da brasileira Marfrig, a Keystone Foods, com operações na China, na Coreia do Sul, na Malásia, na Tailândia e na Austrália, e também adquiriu negócios da BRF na Tailândia e na Europa.

O Grupo Vibra, por sua vez, também tinha um plano de expansão e viu essa oportunidade com o interesse da Tyson. A brasileira já tinha relação com a americana por meio da Cobb-Vantress, sua fornecedora de matrizes.

"Os mercados mais importantes estão no Oriente Médio e na Ásia, e com essa união podemos atendê-los com mais tranquilidade", disse o diretor comercial e de marketing, Flávio Rogério Wallauer, ao Valor.
O executivo também realçou que a epidemia de peste suína africana na China abre boas oportunidades para o segmento como um todo.

O grupo gaúcho, com sede em Montenegro, tem clientes no Brasil e em mais de 50 países, e conta com uma unidade de negócios em Dubai. As exportações são o motor de seu crescimento - representam 60% do faturamento, que chegou a R$ 1,4 bilhão em 2018. O Oriente Médio responde por 30% dos embarques.

Na divulgação do negócio, o presidente da Tyson lembrou que, nos próximos cinco anos, 98% do crescimento do consumo de proteínas ocorrerá fora dos EUA. "É por isso que estamos ampliando nossos negócios em outros países", disse King. "À medida que a população mundial continua a crescer, a Tyson cresce com ela."

Como parte do acordo, o Vibra vai transformar seu negócio de multiplicação genética, a Agrogen, em uma empresa separada, mais ou menos nos moldes que os sócios já fizeram no passado quando venderam a Frangosul.

Fundado por Flávio Sérgio Wallauer e Heitor Müller, pais dos atuais diretores, o Vibra foi consequência da venda da Frangosul à francesa Doux em 1998 - a Frangosul mais tarde foi incorporada pela JBS. Na ocasião, o grupo ficou apenas com a Agrogen, mas voltou ao abate de frangos em 2009 em uma unidade terceirizada e, nos cinco anos seguintes, adquiriu três frigoríficos, em Minas e no Paraná.

Segundo Wallauler, a área de genética é hoje responsável por 10% do faturamento do grupo. A aposta nas vendas externas ganha força diante da estabilidade no mercado interno. "Vivemos um momento delicado no Brasil, sem crescimento econômico, mas esperamos uma reversão nos próximos anos", disse o diretor superintendente Gerson Luís Müller.


Fonte: Fernanda Pressinott/Valor

Foto: Vibra

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